“Voto contra a Reforma, porque ela é cruel, injusta, inepta e desnecessária”, declarou a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) no seu discurso em plenário na sessão da Câmara para a votação da Reforma da Previdência (PEC 6/2019), nesta quarta-feira (10).
A deputada chamou de “mística” a argumentação dos favoráveis de que se aprovada, destrava o Brasil economicamente, lembrando que o problema fiscal do país está na arrecadação e lamentou. “Pobres dos municípios brasileiros, os pequenos, que recebem da Previdência mais que do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). É fácil antever muita tristeza e muita destruição, tirando recursos do consumo”.
O argumento de que a reforma promove justiça também é refutado pela deputada. “Mentira. Na verdade, o que está sendo colocado é uma corrida de obstáculos intransponíveis para aposentar. Justiça com quem? Com professoras, professores, com policiais, com as viúvas, com os pobres, com as pessoas que ganham menos e vão viver pior ainda?”, questionou citando os benefícios que bancos e ruralistas tiveram: redução de 5% na Contribuição sobre o Lucro Líquido (CLL); perdão da dívida Funrural e isenção da contribuição previdenciária.
Margarida citou o trabalho dos constituintes de 1988, quando aprovaram a Seguridade Social. “Eles não eram comunistas, não eram sequer socialistas, mas queriam garantir uma face humana ao capitalismo brasileiro. É isso que está sendo destruído neste momento”, destacou.
A parlamentar pediu aos colegas que honrem a confiança de seus eleitores “Ninguém se elegeu falando que iria acabar com a aposentadoria, com as pensões, nínguém fez isso. Uma sociedade que não protege os idosos, os doentes, as viúvas, as mulheres, os órfãos, os fracos, que não protege os seus, é uma sociedade bárbara, uma sociedade genocida”, encerrou pedindo ao Plenário para votar contra a reforma.
Foto: Lula Marques ( Informação da Assessoria de Comunicação )
Foto: Lula Marques ( Informação da Assessoria de Comunicação )
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