segunda-feira, 25 de abril de 2016

"... um jogo democrático não é um jogo esportivo"

DO  DAY AFTER

                                                                                   por Stefan Salej*

O jogo democrático, um jogo, mas não é jogo esportivo. Ou seja, no fundo, quando acaba, há sempre vencedores e vencidos.  E, como no caso da votação do impeachment da Presidente da República, no último domingo,  os resultados mudam as nossas perspectivas empresariais. Em primeiro lugar, tudo foi uma batalha, porque a guerra continua. A situação econômica e social do Brasil é tão grave que há um caminho longo para se conseguir a recuperação da economia e, em seguida, um crescimento sustentável.

Faliu, não foi uma pessoa, não foi um partido politico, faliu e quebrou o país, foi um modelo político que gerou um modelo econômico insustentável. Não foi só a corrupção em todos os escalões, parcialmente demonstrada pelo Lava Jato, Zelotes e  outros  casos mais ou menos conhecidos.  Foi o modelo político feito de tal maneira que permitia a continuidade e aprofundamento de práticas lesivas aos cofres públicos. Esse modelo continua em vigor, só teve com o impeachment uma recaída. Do ponto de vista institucional, nada mudou na segunda-feira após o impeachment.

Nos continuamos com a mesma legislação, os mesmos furos nas finanças públicas e a mesma estrutura do Congresso Nacional, os mesmos deputados e senadores de um ano atrás, da semana passada. E os mesmos dez milhões de desempregados do domingo. A pergunta é, o que vai mudar após a euforia do Fla Flu político de domingo.

Melhor é perguntar o que pode mudar, porque o que deve mudar todos sabem. Se houver um plano dos políticos até as eleições de 2018, com começo, meio e fim, que leveà consolidação das finanças públicas, alguma coisa já pode mudar. Mas, para isso precisa-se de apoio dos parlamentares, que ainda não constituem um bloco sólido para continuar a governar. Uma coisa é a aliança para exercer direito constitucional de impeachment, outra coisa é aliança para reformas. Euforia e ressaca de domingo não nos garantem as mudanças que precisamos. Como dizem os políticos, para  quem quiser ouvir, aquilo era aquilo, agora é agora.

Sem euforia, realisticamente, temos um caminho ainda muito, mas muito longo para a recuperação. Planos empresariais têm que levar isso em consideração ou seja, novos mercados, novos produtos, mais inovação, e outros similares vão consolidar as empresas, a política ainda não.

*STEFAN SALEJ
Consultor internacional, Ex Presidente do SEBRAE  e FIEMG = Os artigos de Stefan Salej fazem parte da divulgação da REDE SINDIJORI DE COMUNICAÇÃO ( SINDIJORI -
Sindicato dos Proprietários de Jornais, Revistas e Similares do Estado de Minas Gerais,
filiado a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais-Fiemg

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